campainhas

Umas das utentes que eu segui, vivia num palacete na zona alta da cidade. O palacete foi herdado pelo marido em regime de Morgadio. Esta utente tinha enviuvado e tinha cinco filhos e um neto. O filho mais velho era o favorito precisamente por ser o mais velho e era ele que geria os bens da família. Mas não exercia uma profissão (tinha tirado o curso de direito). Aliás dos cinco filhos só duas é que trabalhavam  -eram professoras num colégio. De resto viviam de rendimentos - propriedades, casa alugadas, quinta no douro e om palacete que estavam a dividir em pequenos apartamentos para alugar a estudantes.

A utente obviamente que nunca trabalhou na vida dela. Casou-se e teve os cinco filhos e de resto tinha emprResultado de imagem para desenhos de campainhasegadas que faziam tudo (incluindo tomar conta dos filhos). Era uma mulher muito bonita mas também muito mimada.

O filho mais velho, por ser mais velho, tinha muitos benefícios mas também era muito sacrificado. Tinha que dormir num quarto ao lado do dela (os quartos tinham uma porta que os ligava). E ela passava a noite a chamá-lo! De cinco em cinco minutos. Só para se certificar de que ele lá estava. Um dia, o senhor teve que ir a Lisboa e foi mordido por um cão. A mordidela foi de tal maneira grande que teve que ser operado e ficar em Lisboa para fazer curativos diários. Ora então a senhora ficou entregue aos cuidados das filhas gémeas. Estas não tinham a paciência do irmão e dormiam nuns quartos no piso superior do palacete. Instalaram uma campainha no quarto da mãe. Sempre que fosse preciso tocava. Pois passou a tocar de cinco em cinco minutos. 

As filhas enervaram-se! Passaram a manter-lhe a campainha mas cortaram os fios. Ou seja, a senhora tocava e a campainha não tocava. 

Quando eu chegava de manha para lhe dar banho, era eu que a ouvia chorar e gritar: isto é indecente...! 


Comentários

Mensagens populares deste blogue