Chamar o chefe

Há uns anos atrás, uma empresa para a qual eu trabalhava pediu-me para eu ir fazer noite na casa de um casal. A pessoa de quem eu tinha que tratar durante a noite seria o marido. Um senhor pacato, já acamado e para quem tudo estava bem. Seria necessário posicioná-lo de uas em duas horas e fazer mudança de fralda em caso de necessidade. Mas avisarm-me que a esposa era um pouco complicada. 

Combinámos um dia e fui ser integrada na casa. Estive com uma enfermeira que me explicou os procedimentos. Aí decidimos que seria melhor eu esperar pela esposa do senhor para nos ficarmos a conhecer. Ela chegou e a enfermeira aparesentou-nos. Ela olhou para mim e disse-me: é a senhora que vem fazer noite amanhã? Sou eu sim, disse-lhe! Resposta dela : não me parece bem! Juro que nunca a tinha visto antes! Fiquei inquieta, confesso!

Quando a esposa saiu do quarto, a enfermeira que estava comigo disse-me para não entrar em pânico mas ter cuidado com a senhora; e aí contou-me duas histórias. Primeiro, nunca lá paravam cuidadoras (não aguentavam o feitio da esposa do utente); segundo, para ter atenção mesmo e nunca adormecer porque uma cuidadora que lá tinha feito noite adormeceu; não apareceu para posicionar o utente a uma determinada hora e a esposa em vez de a ir chamar, telefonou ao enfermeiro (dono da empresa). Foi ele que foi fazer o posicionamento.

Confesso que desisti de ir fazer este serviço! Dormi em casa descansada!
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