segundo casamento
Há dois dias atrás, apesar de estarmos no verão, choveu bem e trovejou na cidade onde moro. Nesse dia estive em casa da utente que de vez em quando se convence que vai voltar a casar. Nos últimos meses, o psiquiatra receitou-lhe umas gotas para que a utente acalmasse (andava convencida que se ia casar com o seu psiquiatra; ao ponto de nos obrigar a irmos de táxi com ela até à porta do consultório dele - batemos com o nariz na porta e ela disse que a culpa era dele.). As gotas acalmaram-na mas ficou com o corpo muito mole e tornou-se difícil fazer transferências, dar-lhe banho, adormecia a comer e esquecia-se de engolir. Assim, por decisão de médicos e enfermeiros retiraram-lhe as gotas e o anxiólitico. Pior a emenda que o soneto!
Não melhorou muito em termos de mobilidade e piorou em termos de "obsessões". Desta vez, e no meio da chuva e da trovoada, achou que o seu marido e filho (de 4 anos, sendo que ela tem 86) andavam á chuva com pouca roupa e que se iam constipar. Lá lhe disse que o marido já tinha falecido há uns anos portanto não valia a pena preocupar-se. Respondeu que se tinha voltado a casar e que queria participar á polícia o desaparecimento, etc etc.
Toca a telefonar ao dono da empresa e ao sobrinho. E volta a tomar o anxiólitico!
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