velhices

Natal

SMS Ontem, o rapaz com sindrome de down que colabora com a instituição onde estou, andou a ajudar a fazer camas. Correu tudo muito bem. Ele faz muito bem camas sozinho. Acontece que nos quartos dos utentes há campainhas. Só os utentes podem tocar ás campainhas (se precisarem de algo ou se se sentirem indispostos). Mas o nosso rapaz enquanto fazia as camas (bem feitinhas) ia também tocando ás campainhas. As auxiliares, preocupadas, lá iam aos quartos ver o que se estava a passar. Não era nada! Era só o M. que tinha tocado. Uma das responsáveis acabou por se zangar seriamente com ele; ralhou-lhe mesmo e ele respondeu-lhe que a conversa acabava ali e que ia comer uma banana. Piorou a situação! A responsavel das auxiliares virou-lhe as costas dizendo-lhe:nao me fales mais hoje. Durante um bom bocado o rapaz desapareceu. Passado um bocado,a responsavel pelas auxiliares começa a receber mensagens no telemóvel. Era ela a dizer-lhe: quero falar contigo, beijinhos! E no fim u...

Anda trabalha, vá! Na instituição onde estou agora a colaborar, existe a politica de tentar integrar jovens com deficiencia em contextos reais de trabalho. Neste momento, vai um jovem de dezanove anos, todas as terças feiras para a lavandaria da instituição. Já se tentou que ajude a fazer camas, que dobre meias, que dobre toalhas, que tente separar a roupa que esta dentro das tinas. mas ele não faz nada. Passa as manhãs e tardes encostado ás paredes a olhar para as funcionárias; provoca o outro rapaz que lá está e que também tem sindrome de down. Repete tudo o que dizemos, como se fosse um papagaio. De vez em quando, aparece a psicóloga que o  acompanha a pedir informações acerca da sua evolução. A repsposta é sempre a mesma: não tem evoluido (nota: só tem ido para a instituição uma vez por semana). Quando lhe perguntamos: então não fazes nada? Não nos ajudas? Ele responde-nos: anda trabalha, vá!

Casa de banho Ontem, como vem sendo hábito ao fim de semana, fui a casa da senhora que tem alzheimer. Lá estava o seu papagaio, o joaozinho (sempre a gritar ATE AMANHA). O marido como é habitual tinha ido passar o fim de semana a uma praia perto da cidade onde moramos. Cheguei e cumpri com as rotinas habituais: preparar o quarto para ela se deitar, aquecer a casa de banho, preparar o pijama, arranjar um saco para a fralda suja e aquecer-lhe o jantar e a medicação. Estava a dar o jantar á utente e o marido telefonou, como habitualmente. E como de  costume,porque todos os fins de semana diz a mesma coisa, disse que a esposa tinha que ficar um quarto de hora sentada na sanita (para ver se conseguia defecar). Se não conseguisse tinha que lhe dar dois pursenides (comprimidos para a pisao de ventre).Todos os fins de semana nos diz a mesma coisa. Após o jantar lá a levámos até á casa de banho e la a deixamos quinze minutos sentada na sanita. Eu sentei-me num banqunho e a...

Com todo o gosto Hoje fui a casa da senhora que tem alzheimer em estado avançado (e que tem o ppapagaio e o marido que é um chato). De manha coorreu tudo bem. Dei pequeno almoço, dei o  banho, vestiu-se e almoçou. Ficou a ver televisao á tarde.Sempre bem disposta e tudo normal. Ao fim da tarde voltei a casa dela. Tive que lhe dar o jantar, vestir o pijama, lavá-la e deitá-la. Tudo correu bem mas estava com uma cara  mais séria. Durante o jantar tive que ir insistndo para que ela comesse. Vá lá coma a sopa! Olhe que vem aí a enfermeira! Temos que nos despachar! Resposta dela: olhe que eu vim aqui com todo o gosto!  

Deitar as cartas Em conformidade com as politicas da instituição em que estou a colaborar actualmente, entrou mais uma rapariga para colaborar em pequenas tarefas. Rapariga esta que tem uma ligeira deficiencia mental, tem vinte dois anos e dois filhos. No primeiro dia em que começou a collaborar com a instituição, contou-nos que o marido a abandonou há cerca de tres semanas. Arranjou outra, segundo palavras da formanda. (esta ali a fazer um estágio de um curso). Lamentou se que ficou sózinha com os filhos mas que acha que o marido se vai arrepender. Tentámos explicar-lhe a importancia do estágio para depois poder ter um emprego e poder ficar com os filhos e não ter que estar a depender de maridos. No fim de tudo perguntou: conhecem alguem que deite cartas?

Canções de natal Já aqui contei, vários episódios ocorridos no lar em que trabalho agora; alguns desses episódios ocorreram com um jovem de 20 anos portador de sindrome de down. Ontem, este jovem colaborou bem durante a manhã.Ajudou a fazer as 40 camas dos utentes do lar; algumas até fez sózinho.Foi bom ver a alegria dele de cada vez que tinha um reforço positivo! À tarde foi-lhe proposto ir ajudar a dobrar roupa na lavandaria. Chegou á lavandaria,sentou-se no chão, pôs músicas de natal no telemóvel  passou a tarde a cantar músicas de natal de forma entusiasta. Quando demos conta, estava a lavandaria do lar cheia de funcionárias (as próprias funcionárias da lavandaria, auxiliares de acção directa, cozinheiras e até a directora técnica). Cantaram-se músicas de natal, tiraram-se fotos e fizeram-se videos (que o jovem ameaçou pôr no facebook da tia). Ficou trabalho por fazer mas viva o espirito de Natal.   https://www.youtube.com/watch?v=LXuH1AmbQLc ...