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A mostrar mensagens de agosto, 2017
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Ser cuidadora Ser cuidador de idosos requer uma pessoa se mantenha calma e com capacidade de resolução de probemas com o minimo de conflitos possível. Mas estar 12 horas por dia,  numa casa durante vários dias seguidos é super desgastante. Há dias em que me apetece desistir. Hoje é um desses dias. Porquê? Saturação! Hoje estou farta! Só isso!
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segundo casamento Há dois dias atrás, apesar de estarmos no verão, choveu bem e trovejou na cidade onde moro. Nesse dia estive em casa da utente que de vez em quando se convence que vai voltar a casar. Nos últimos meses, o psiquiatra receitou-lhe umas gotas para que a utente acalmasse (andava convencida que se ia casar com o seu psiquiatra; ao ponto de nos obrigar a irmos de táxi com ela até à porta do consultório dele - batemos com o nariz na porta e ela disse que a culpa era dele.). As gotas acalmaram-na mas ficou com o corpo muito mole e tornou-se difícil fazer transferências, dar-lhe banho, adormecia a comer e esquecia-se de engolir. Assim, por decisão de médicos e enfermeiros retiraram-lhe as gotas e o anxiólitico. Pior a emenda que o soneto! Não melhorou muito em termos de mobilidade e piorou em termos de "obsessões". Desta vez, e no meio da chuva e da trovoada, achou que o seu marido e filho (de 4 anos, sendo que ela tem 86) andavam á chuva com pouca roupa
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Negligência Este fim de semana fui a casa da utente que tem um marido verdadeiramente chato (e que tem o papagaio). Fui dar apoio sábado e domingo, da 20 ás 21h30. Dei jantar. medicação  e, depois, eu e uma enfermeira levámos a utente para a casa de banho. Foi feita higiene parcial, ve stiu-se o pijama e foi-se deitar. Acontece que esta senhora tem alzheimer em estado já avançado; não tem mobilidade  e usa fralda de incontinência. Tanto num dia como noutro ficou sentada e amarrada numa cadeira de rodas entre as 14h30 e as 20h; totalmente sózinha em casa.(o marido foi para a praia passar férias de verão). Num dos dias quando chegámos a utente estava encharcada em urina e fezes; a sala estava com um cheio insuportável. Metia dó! O marido tem o direito de ter a sua vida e de passar férias?! Claro que sim! Mas tem que ser negligente? Claro que não!
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Maridos  Houve uma época em que ia muitas vezes a casa da senhora que tem o papagaio em casa. E que por acaso tem um marido bastante irritante. Esta senhora costumava ter apoio de manhã entre as 11h30 e as 14h e depois entre as 19h e as 21h, só aos fins de semana. Durante a semana tinha o apoio duma empregada. Por vezes o marido passava o fim de semana com ela mas muitas vezes ela ficava sózinha. Um dia fui a casa desta senhora para lhe dar o jantar e vestir-lhe o pijama e deitá-la. Acontece que quando entrei em casa e fui ter com a senhora á sala, ela tinha escorregado so sofá e estava deitada no chão. sendo que esta senhora é obesa tive que telefonar a um dos responsáveis da empresa; precisava que me mandassem alguém para me ajudar. Passado um bocadinho veio uma enfermeira. Vimo-nos "gregas" para levantar a senhora do chão. Optámos por lhe fazer a higiene e vestir-lhe o pijama e deitá-la logo. A enfermeira tinha que se ir embora e seria dificil para mim
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comando da tv Na última vez que fiz noite na casa da utente onde costumo ir, consegui descansar a partir da uma e tal da manhã. Até essa hora  a utente esteve bastante desperta.  Porquê? Resolveu embrulhar o comando da televisão numas calças do pijama e insistiu que o queria levar à casa antiga (onde morou até há uma ano e pouco atrás). Pois segundo ela, o marido estaria lá a querer ver televisão e não tinha comando. Primeira nota: o marido morreu há uns anos! Segunda nota: acabou por tomar um ansiólitico! Acordou no dia seguinte como se nada tivesse acontecido!  
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Queixinhas Há cerca de dois anos, estive a colaborar ao mesmo tempo com dua empresas de apoio domiciliário. Sendo que o dono de uma dessas empresas não gostava desta situação. Nunca percebi muito bem porque é que ele não gostava: havia outras colaboradoras que trabalhavam em hospitais -  eram auxiliares de acção médica; várias enfermeiras também acumulavam este trabalho com os seus trabalhos nos hospitais, lares, unidades de cuidados continuados além disso eu era e sou uma prestadora de serviços, logo não tenho vinculos com nenhuma empresa (considero que tenho de vestir a camisola de cada uma nos momentos em que estou a prestar os serviços para cada uma). Assim mantive a colaboração com as duas empresas; sendo que obviamente os donos das duas empresas sabiam que eu colaborava com as duas. Interessante focar que : uma colega que trabalhava comigo nas duas empresas ( e que inclusivamente me integrou num dos casos) nunca assumiu perante as duas empresas que colaborava c
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Chamar o chefe Há uns anos atrás, uma empresa para a qual eu trabalhava pediu-me para eu ir fazer noite na casa de um casal. A pessoa de quem eu tinha que tratar durante a noite seria o marido. Um senhor pacato, já acamado e para quem tudo estava bem. Seria necessário posicioná-lo de uas em duas horas e fazer mudança de fralda em caso de necessidade. Mas avisarm-me que a esposa era um pouco complicada.  Combinámos um dia e fui ser integrada na casa. Estive com uma enfermeira que me explicou os procedimentos. Aí decidimos que seria melhor eu esperar pela esposa do senhor para nos ficarmos a conhecer. Ela chegou e a enfermeira aparesentou-nos. Ela olhou para mim e disse-me: é a senhora que vem fazer noite amanhã? Sou eu sim, disse-lhe! Resposta dela : não me parece bem! Juro que nunca a tinha visto antes! Fiquei inquieta, confesso! Quando a esposa saiu do quarto, a enfermeira que estava comigo disse-me para não entrar em pânico mas ter cuidado com a senhora; e aí contou-me
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Corta a cidade a meio Quando eu estava na ACAPO, numa das suas Delegações, costumava acompanhar o dirigente maximo da associação. Este era um homem já com os seus sessenta anos; tinha um metro e noventa e pesava 150 quilos. Cegou aos vinte e poucos anos; tinha saido da sua cidade e estava no 1º ano de medicina em Coimbra. Apanhou um vírus que se alojou nos olhos  e ficou cego. Desistiu do curso de medicina e tirou o curso de regente agricola. (já depois de totalmente cego, ensinou vários jovens a conduzir tractores). Era um homem que não baixou os braços, autonomizou-se e conhecia bem certos percursos nas cidades por onde foi vivendo. Fazia viagens de comboio sózinho - só tinhamos que o ir buscar ás estações. Algumas vezes, saia com ele de carro na cidade onde estava a Delegação da ACAPO onde eu trabalhava. Ele dizia-me para onde queria ir e eu começava os percursos. Só me lembro de ele me dizer :ó filha não vás por aí! Corta a cidade a meio! E eu lá ia seguido as suas instr
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Variações a velhices Quando há uns anos atrás estive a trabalhar na associação de cegos e ambliopes de portugal, contactei com vários casos de pessoas com deficiência visual. Nesta associação, dava-se apoio a pessoas com esta deficiência (cegueira ou ambliopia) de todas as idades - crianças, jovens, adultos e idosos. Hoje lembrei-me de um senhor com ambliopia (baixa visão) que era artesão: fazia cadeiras em verga e vendia em feiras. Uma vez, no dia internacional da pessoa com deficiência (3 de Dezembro), houve uma exposição no hospital da cidade onde estava a delegação da ACAPO em que eu trabalhava. Nesta exposição estavam expostos trabalhos das várias instituições de deficiência da cidade. Este artesão com baixa visão fez uma série de cadeiras naqueles dias e conseguiu vendê-las todas. E a alegria que ele tinha por ter feito negócio! Foi tão bom vê-lo contente! Ele vivia numa aldeia dos arredores da cidade e tinha dois filhos! Estes nunca tinham tido brinquedos na vida.
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Indisposições Hoje logo de manhã fui trocar de turno com a minha colega que fez noite. A essa hora a minha colega já estava a mudar a fralda á utente; luzes todas acessas, persianas levantadas. Isto com esta utente não é normal! É hábito que durma  a manhã toda. Como sentiu uma cara nova já não dormiu como habitualmente e fez um bocadinho a vida negra á outra cuidadora. Quando cheguei, aproveitei que a utente estava acordada e preparei-lhe o pequeno almoço. A  minha colega ficou a ver as rotinas da manhã e assistiu á toma do pequeno almoço. Assim, se um dia lá voltar já sabe como proceder. Pensávamos nós que estávamos a fazer muito bem. Só que a meio do peuqeno almoço a utente virou-se para nós e disse. então hoje tenho de aturar duas cabras não é? E bater-lhe com a porta na cara?! Dá ou não dá vontade? 
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Fogos Hoje fui trabalhar e Portugal está a ser devastado pelos fogos. O que aconteceu durante o dia? Nada! A não ser termos a casa da utente a cheirar  a fumo; não abrimos janelas nem persianas. De resto passámos o dia a ver a devastação que está a acontecer na cidade em que moramos e em todos os arredores próximos. Povoações a serem evacuadas; pessoas em pãnico, ctástrofe ecológica! Para acabar a colega que estava para me vir substituir não pôde comparecer. As estradas, que ligam a povoação em que ela mora até á cidade em que estamos a trabalhar, já estão cortadas. Dá dó ver isto!
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Gatos   A utente onde costumo ir com frequência vivia numa casa grande, numa importante avenida da cidade! Era uma casa boa, antiga, com tectos altos. Cheia de armários e roupeiros. A sala de estar tinha uma mobília que um avô da utente tinha trazido das Indias. Era um avô marinheiro! O escritório do marido tinha também mobílias vidas de uma qualquer parte do mundo - o avô marinheiro tinha trazido. Os quartos eram recheados de roupeiros todos cheios de roupa: uns só tinham casacos de inverno; outros só casacos de verão, outros só calças de invero. outros só calças de verão, uns só saias de inverno e por aí adiante...!!!! A utente esstava habituada a gastar o dinheiro que o marido lhe punha na carteira em roupa. Quando acabasse ele punha mais. E assim iam vivendo! Sem filhos porque ela nunca quis estragar a barriga e as pernas. Nas traseiras da casa tinham um bom jardim! Aqui para além de secarem as roupas, chegaram a ter dezassete gatos. Chegaram a cortar um pouco da po
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Ganchos e elásticos Hoje lá fui para mais um dia na casa da utente para onde costumo ir agora com mais frquência. Como de costume a utente dormiu de manhã. Levantou-se pelas 13 h 30 e almoçou. Tomou um duche  e fez higiene oral. Tudo normal. Fomos como de costume para a sala; vimos umas novelas brasileiras, uns concursos na televisão, dormiu a sesta e o dia passou sem sobressaltos. Mas a certa altura, a colega que fez ontem o dia telefonou-me. Contou-me então que esta utente ontem exigiu arranjar-se e ir à farmácia. Foram! Chegaram á farmácia e a utente viu prateleira por prateleira, produto por produto, pediu pomadas para o pescoço, cremes para as dores nos ossos, alcool, água oxigenada; chegou a pedir á farmaceutica creme de tubarão (ninguém conseguiu perceber o que isso é). Demorou mais de uma hora a ver e a rever produtos que não precisava para nada.  No fim, comprou ganchos  e elásticos para o cabelo dela. Pormenor?! Ela tem cabelo curto!!  
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BRAILLE Há uns anos atrás, quando estava na Associação de Cegos e Ambliopes de Portugal, fui com uma colega a uma escola onde andava um aluno cego. Esse aluno andava na altura no 11º ano; precisava de ter sessões de orientação e mobilidade na escola; assim, poderia ter mais autonomia em determinados percursos dentro da escola - sala de aula-biblioteca; bibliotca -sala de aula; sala-bar: bar-sala; saída da escola-paragem de autocarro, etc. Para isso ia lá a técnica de orientação e mobilidade e essas sessões eram asseguradas. O que este aluno precisava era dos manuais escolares de todas as disciplinas passados para braille. Os professores e as técnicas da ACAPo fizeram o pedido dos livros em Braillo ao Ministério da Educação. Resultado? Enviaram-lhe os livros três meses depois mas todos correspondentes ao oitavo ano. seria isto a inclusão ?
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CASAMENTOS Ontem foi dia de acompanhar uma utente. Cheguei ás oito da manhã e estava acordada. Dei-lhe o pequeno almoço, mudei fralda, dei-lhe a medicação e ddisse-lhe para dormir um pouco durante a manhã para descansar. Acordou á hora de almoço. Combinei que lhe preparava o almoço. Levei-lho! Mas afinal quis tomar banho. Dei-lhe o banho: Almoçou de seguida. Pensei que iamos ter uma tarde descansada quando afinal ela se lembra quequer ir ao cabeleireiro: Mas hoje é domingo! Resposta dela: o dono do cabeleireiro telefonoou-me e disse-me que podia ir; ainda por cima a minha sobrinha casa-se hoje. Pior a emenda que o soneto! Toca de telefonar á sobrinha! Não, não havia casamento. Porquê? Por falta de noivo! Afinal o que fizemos toda a tarde? Nada! A utente dormiu a tarde toda. Com a graça dos deuses!
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SER DIFERENTE Há uns anos atrás, trabalhei na Associção de Cegos e Ambliopes de Portugal, numa das suas Delegações. Nesta associação, apoiam-se crianças, jovens e adultos com deficiência Visual. Hoje lembrei-me de um jovem de 13 anos; cego congénito; vivia numa aldeia nos arredores da cidade onde estava sediadas a Delegação. Era um jovem que vivia com a mãe; o pai tinha emigrado e só vinha passar férias no verão; tinha um irmão mais velho que já trabalhava. Este jovem deslocava-se á Delegação desta Associação uma vez por semana. Tinha apoio no Braille, em Terapia Ocupacional e Orientação e MObilidade. Assisiti a algumas sessões de terapia ocupacional e fiquei impressionada! Não pela incapacidade que este jovem pudesse ter mas pela falta de estimulção que lhe era dada. Chegou-se á conclusão que pelo facto de ser cego congénito, a mãe lhe fazia tudo. Mas mesmo tudo! Então este jovem, com treze anos, não sabia comer pela mão dele, não sabia partir alimentos, não sabia bebe
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Estar doente Em Janeiro de 2017, adoeci! Tive uma gripe das fortes e como sou asmática fiquei bastante afectada dos bronquios e da respiração. Na altura estava a colaborar com duas empresas. Avisei as duas que durante uns dias não podia trabalhar. Fui ao médico; tomei antibiótico e analgésicos e fiquei em casa em recuperação. Um belo dia telefonou-me a dona de uma das empresas. Pediu-me muita desculpa mas tinha que me fazer uma pergunta: se eu estava a trabalhar na outra empresa!? Claro que não! Eu estava doente!  O que é que tinha acontecido? Uma colega minha telefonou à dona desta empresa (estas duas pessoas não se conheciam) e disse-lhe que eu estava a trabalhar para a outra empresa.  A colega que fez isto é uma pessoa sem carácter e a dona da empresa não deve saber bem quem recruta. Eu já colaborava com ela há quase um ano e ela acreditou na palavra duma pessoa que não conhecia. Essa minha colega nunca mais a vi; desapareceu do mapa! Relativamente á empres
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cair do sofá Uma das utentes onde eu costumava ir com frequência, tinha por hábito sair da cama e ir sentar-se ou deitar-se no sofá (alternadamente). Ali ficava a ver televisão ou a ver filmes. Fiquei por ali com ela a ver filmes e depois a conversar sobre eles; últimamente viciámo-nos a ver um concurso na TVI (os concorrentes ganham prémios mediante respostas certas a perguntas de cultura geral). Por vezes, é óbvio que tinha de sair do lado dla para tratar de coisas  - aquecer comida, fazer a cama, etc. Quando voltava á sala, muitas vezes ela estava com as pernas para fora do sofá. Várias vezes a avisei que um dia ela cairia do sofá abaixo. Claro que não cairia dizia ela! Uma das últimas vezes que lá estive, enquanto fui á casa de banho, ela deitou as pernas para fora do sofá e espalhou-se no meio do chão. O que vale é que não era alto.
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Cuidadoras Ao longo destes anos, já trabalhei em várias empresas e já passei por vários utentes; tendo-me deparado com várias colegas também cuidadoras. Passei por casas de utentes onde gostei muito de estar não só por causa do próprio utente mas também pela equipa de cuidadoras que se formou. Havia espiríto de equipa e de ajuda. Aprendi muito com algumas colegas (cuidadoras/enfermeiras); relembro-as com muito apreço. No entanto, penso que devia haver um sistema de selecção de cuidadoras que fosse mais rigoroso e que se adequasse mais áquilo que cada utente quer e precisa. Um utente pode querer uma empregada doméstica - recruta-se uma empregada; mas se precisar de uma enfermeira - terá que ser uma enfermeira. E no meio deverá haver situações intemédias. Eu não sou nem uma coisa nem outra. Ou seja, penso que deveria haver uma definição do perfil de cada uma para que depois se fizesse corresponder às necessidades de cada utente. Penso que cada uma de nós não tem que ter